“Paradoxalmente, na Grã-Bretanha e na
França, a guerra não fez desaparecer a moda, pelo contrário, estimulou
novas expressões. Paris, especialmente, a despeito da Ocupação, pôde
permanecer na vanguarda da moda, a da alta-costura, mas também daquele
de um quotidiano a inventar com o que se tinha à mão. Houve uma moda
bicicleta e mesmo uma moda bicicleta-táxi, como houve uma moda para
entrar na fila (moda de verão e moda de inverno, certamente). Houve uma
moda “zazu”: “As mulheres escondem sob pelos de animais uma blusa de
gola redonda e uma saia plissada muito curta; os seus ombros exageradamente
carregados contrastam com os dos homens que os usam pendentes; longos
cabelos descem em volutas no pescoço; as meias são rajadas, os
calçados são baixos e pesados, elas carregam um grande guarda-chuva que,
faça o tempo que fizer, permanece obstinadamente fechado”
(L’Illustration de 23 de março de 1943).
Logo, toda mulher é convidada a criar o seu
próprio modelo de roupa ou capa, pronta para retalhar velhos trajes de
homem, afirmando assim a sua originalidade e sua capacidade de invenção.
Mas Le Figaro aconselha sabiamente as suas leitoras: com a condição “de não
ser demasiado marcadas pela moda do momento, de maneira a poder
sobreviver a ele”.
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Maio de 1940, em Londres. Falsas meias pintadas e falsas costuras
desenhadas pelas elegantes que não podiam sair com as pernas desnudas. |
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Moda de 1939: máscara de gás e ampla capa do costureiro Robert Piguet. |
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O quase desaparecimento do couro está na base dos calçados de sola
de madeira, que logo se tornam verdadeira moda, com modelos cada vez
mais audaciosos. | | | |
Texto e fotos retirados do livro “As Mulheres na Guerra – 1939-1945, de Claude Quétel, Editora Larousse.